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Prestação de contas: Paraná teve aumento real de 74,3% no investimento público em 2024

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O Paraná teve um aumento real de 74,3% no investimento público empenhado nos oito primeiros meses de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e agosto, o Estado garantiu um total de R$ 4,4 bilhões ante R$ 2,4 bilhões em 2023. A variação real já considera a inflação no cálculo.

Os dados são do relatório de gestão fiscal referente ao segundo quadrimestre do ano divulgado pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e apresentado à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta terça-feira (8). Essa ampliação de R$ 2 bilhões de um ano para o outro na reserva do orçamento para pagamento de obras e demais materiais é a maior de todo o Brasil em 2024.

E isso se reflete no aumento dos investimentos em áreas consideradas estratégicas para o Estado. Na Agricultura, o empenho acumulado de R$ 204 milhões é 335% maior do que o registrado em 2023. Já em Urbanismo, foram R$ 1,5 bilhão reservados, o que representou um crescimento real de 230% em um ano.

Na prática, isso significa R$ 1,7 bilhão usados para o fortalecimento das cadeias produtivas regionais, compra de maquinários e obras que servem tanto para a trafegabilidade em rodovias como no próprio escoamento da safra. Para um estado que tem a agropecuária como um de seus pilares, o desenvolvimento desses setores é mais do que fundamental — além de impactar positivamente também a vida do cidadão que trafega por esses mesmos trechos.

“Priorizamos o investimento ao longo desses últimos anos como forma de devolver ao cidadão os frutos que colhemos com esses esforços da boa gestão fiscal”, explica o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara. “É um retorno em que todos ganham. Estamos garantindo a melhoria na qualidade de vida da população, o aumento da produtividade e o progresso social e econômico de todo o Paraná”.

Por trás do crescimento 

Só que esse aumento expressivo no investimento é apenas um dos reflexos da gestão fiscal do Governo do Estado. Desde 2019, o Paraná tem focado seus esforços no equilíbrio das contas e no melhor direcionamento do recurso público — e o relatório do quadrimestre apresentado pela Sefa mostra bem isso.

O primeiro grande passo nesse sentido destacado pela pasta foi o controle da dívida pública, que reduziu 1,1% em oito meses em relação ao montante registrado no último mês de dezembro. Essa queda de R$ 310 milhões acontece principalmente pela diminuição dos precatórios e do financiamento interno — esforços que garantiram ao Paraná a terceira colocação em termos de solvência fiscal no Ranking de Competitividade dos Estados, mostrando o compromisso da atual gestão em não fazer esse número crescer.

Além disso, o relatório de gestão fiscal traz outro ponto importante para o bom momento paranaense: o aumento na arrecadação. As receitas correntes tiveram crescimento real de 9,9%, impulsionadas sobretudo pelo Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), uma das principais receitas de todo o Estado, sendo responsável por cerca de 25% de tudo o que entra nos cofres públicos. 

Ao longo desses dois quadrimestres de 2024, a arrecadação do ICMS teve um crescimento real de 15% em comparação ao mesmo período de 2023. Ao todo, foram cerca de R$ 4 bilhões a mais arrecadados no período. Esse aumento foi impulsionado principalmente pela Energia (44,6%) e pelos Combustíveis (20%). Somados, esses dois setores arrecadaram sozinhos quase R$ 2 bilhões a mais do que no mesmo recorte de 2023.

Receitas X Despesas  

A união dessa maior entrada de recursos em caixa com a boa gestão fiscal resultou em um crescimento real de 8% do resultado primário do Estado — ou seja, um equilíbrio maior entre a receita e as despesas. Isso significa que essa balança pendeu positivamente em R$ 7,2 bilhões, mostra que, mais do que aumentar a arrecadação, o Paraná focou em saber direcionar esses recursos.

O relatório da Sefa apresentado à Alep mostrou que o Paraná destinou R$ 11,2 bilhões à educação e R$ 4,4 bilhões à saúde nesses oito meses de 2024 — valores que representam 31,29% e 12,43% das receitas líquidas de impostos, respectivamente. Os montantes superam as diretrizes da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece limites mínimos de 30% e 12% para as áreas.

As despesas com pessoal totalizaram R$ 27,3 bilhões, equivalente a 42,17% da receita corrente líquida (RCL) — abaixo do teto de 49% determinado pela LRF, assim como dos limites prudencial e de alerta, estabelecidos nos patamares de 46,55% e 44,1%, respectivamente.

Segundo o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, apesar de a Sefa ter registrado um aumento da despesa com pessoal de 13,8% em termos nominais nos últimos 12 meses, há uma explicação para isso. “A incorporação do pleno efeito da revisão de algumas carreiras que foram reestruturadas gerou esse aumento, mas não quer dizer que tenha sido um reajuste ou aumento de quadros”, explica. “Não é um inchaço, pelo contrário”.

Confiança e mais investimentos

Segundo destacado por Ortigara, todo esse cenário positivo apresentado pelo Governo do Estado ao longo da gestão deve elevar a nota do Paraná no índice Capacidade de Pagamento (CAPAG) do Tesouro Nacional. O índice apura a situação fiscal dos estados que querem contrair novos empréstimos com garantia da União e, atualmente, o Paraná conta com uma nota B, mas a perspectiva é que avance para o conceito máximo A ainda em 2024. 

“Esse cenário demonstra uma saúde fiscal do Estado do Paraná que, além de trazer uma situação de responsabilidade, permite também que possamos planejar e investir ainda mais para desenvolver todas as regiões”, explica o diretor-geral da Secretaria da Fazenda, Luiz Paulo Budal.

E é esse esforço fiscal e alocativo que, como aponta o próprio diretor, abre portas para que mais investimentos aconteçam no futuro. Para o orçamento de 2025, por exemplo, a projeção de Secretaria da Fazenda é de um total de R$ 6,3 bilhões apenas para investimentos, valor que representa um aumento de quase 60% em relação ao que foi destacado para isso na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024.

“Esse é um valor expressivo que já disponibilizou e distribuiu entre os órgãos e a ideia é que todos eles já estejam preparados para que 2025 seja de execução, mobilização de obras e entregas”, afirma.

Imagem em destaque: Ari Dias/AEN

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