O Flamengo se pronunciou pela primeira vez sobre o indiciamento do atacante Bruno Henrique, acusado de envolvimento num esquema de fraude em competição esportiva. Além do atacante, outras dez pessoas foram indiciadas no caso.
Por meio de nota divulgada na noite desta terça-feira (15), o Rubro-Negro afirma que não foi comunicado e que defende “a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência”.
Confira abaixo a nota do Flamengo:
“O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique.
O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito”.
Investigação
A análise da PF inclui 3.989 mensagens do WhatsApp de Bruno Henrique, muitas delas apagadas — o que, para os investigadores, pode indicar tentativa de ocultar informações.
Com base no conteúdo extraído do aparelho do irmão, os agentes federais acreditam que Bruno avisou com antecedência sobre o cartão amarelo na partida disputada em 1º de novembro de 2023.
A investigação também revelou que familiares do jogador realizaram apostas no jogo contra o Santos. O irmão, Wander, apostou R$ 380,86 e teve retorno de R$ 1.180,67. A cunhada, Ludymilla Araújo Lima, apostou em duas plataformas e obteve ganhos somados de mais de R$ 2.600. Já a prima, Poliana Ester Nunes Cardoso, teve retorno de R$ 380,86 com uma aposta do mesmo valor.
Na véspera do jogo contra o Santos, Bruno Henrique teria ligado para o irmão, o que a PF interpreta como confirmação de que forçaria o cartão na partida.
A investigação teve início após relatório da CBF em 31 de julho de 2024, motivado por alerta da International Betting Integrity Association (IBIA) sobre irregularidades na partida entre Flamengo e Santos. As apostas suspeitas ocorreram na plataforma Kaizen Gaming, com registros em Belo Horizonte (MG), cidade natal do jogador.
Segundo a CBF, Bruno Henrique foi punido na ocasião com dois cartões: um amarelo por falta e um vermelho por ofensas ao árbitro. Apesar de não haver registros anteriores de envolvimento em manipulação de jogos, o comportamento em campo e os valores apostados chamaram a atenção.
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Imagem em destaque: Divulgação / Flamengo