É que o “eu quero é freeeevo” por aqui, não tem dia nem hora. Cair no passo é regra, e o dizer bem “que o Recife tem o Carnaval melhor do meu Brasil” é praxe.
E, portanto, no Dia Nacional do Frevo, neste sábado (14), é no Paço que a Pitombeira dos 4 Cantos se junta ao Elefante de Olinda para celebrar ao som dos clarins de Momo – com todo ardor, é claro – o bate-bate com doce que arrasta folião e proclama o colorido da maior festa popular em linha reta do mundo.
Ao som da Orquestra do Maestro Edson Rodrigues, o Bloco Lírico Cordas e Retalhos, em palco armado em frente ao Paço do Frevo, dá início à festa que segue logo após, com saída da avenida Rio Branco, do Clube Carnavalesco Misto Elefante de Olinda, conduzido pela Orquestra do Maestro Oséas, que segue pela Bom Jesus.
Já a Troça Carnavalesca Pitombeira dos 4 Cantos, guiada pela Orquestra Paranampuká, sob a batuta do maestro Rinaldo, vai pela rua da Guia. A culminância do encontro de duas das agremiações mais apoteóticas do Carnaval pernambucano – um dia já tidas como rivais – se dará em frente ao Paço.
“Será uma experiência fantástica o encontro de gigantes olindenses que não desfilam juntos há pelo menos 30 anos. Uma rivalidade afetuosa, de irmãos, que será recepcionada com muita alegria pelo bloco recifense Cordas e Retalhos.
É festa no Recife, é festa no Brasil inteiro”, festeja a diretora do Paço, Luciana Félix, citando também o Museu do Amanhã (RJ) e o CultSP – equipamentos geridos pelo IDG, tal qual o Paço do Frevo. “Eles também celebram esse tão importante dia dedicado a nosso ritmo. Nada menos do que o frevo merece”, vibra.
Frevo cá e lá
No mesmo dia, em frente ao Museu do Amanhã (RJ), a Praça Mauá recebe show da Orquestra Na Paralela do Frevo, sob comando do maestro e trompetista Nailson Simões, e dos bailarinos Iane Costa e Micha Nunes, com início às 15h.
Já em São Paulo, o CultSP apresenta a Orquestra FrevoCapibaribe, cuja ideia é ferver tudo na Paulicéia que, literalmente Desvairada, vai ceder aos passos da dançarina pernambucana Sémada Rodrigues. Por lá a festa começa às 13h.
Paço de portas abertas.
Para o Dia Nacional do Frevo, o espaço dedicado ao ritmo estará, é claro, de portas abertas desde às 11h, com acesso gratuito aos visitantes, que poderão mergulhar no universo frevístico que compõe o ambiente.
Vale ressaltar, aliás, que de janeiro a janeiro o Paço se dedica à salvaguarda da manifestação artística reconhecida como Patrimônio da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, 2012), além de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro (Iphan, 2007).
O 14 de setembro é uma das datas em que o ritmo é comemorado. Ocasião em que o jornalista Osvaldo de Almeida é lembrado por sua contribuição em fazer o termo “frevo” circular na imprensa.
Tal qual o 9 de fevereiro, Dia do Frevo em Pernambuco, registrado em homenagem ao historiador Evandro Rabelo, a quem se deve ter visto a primeira aparição da palavra “frevo” no chamado Jornal Pequeno, em 1907.
“O frevo é patrimônio recifense, mas também de todo o Brasil e do mundo. Além do nosso 9 de Fevereiro, este 14 de setembro federal merece ser celebrado com muitos acordes”, declara Marcelo Canuto, presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, complementado pela secretária de Cultura da Cidade, Milu Megale, que ressalta sobre o ritmo que “ inspira artistas e traduz tão bem o jeito do nosso povo se expressar e faz nosso coração bater mais forte”.
Serviço
Dia Nacional do Frevo, com cortejo do Elefante de Olinda e da Pitombeira
Quando: neste sábado (14), a partir das 18h
Onde: Paço do Frevo – Praça do Arsenal, s/n, Bairro do Recife
Acesso gratuito
Instagram: @pacodofrevo
….
Imagem em destaque: Hugo Muniz/Paço do Frevo