As Paralimpíadas de Paris 2024, que ocorrem de 28 de agosto a 8 de setembro, são muito mais do que um palco de conquistas esportivas. Elas representam um impulso significativo para a inclusão social e o estímulo à prática de atividade física no Brasil e no mundo. Com a participação de 280 atletas brasileiros, o evento reafirma a mensagem de que o esporte é para todas as pessoas.
Um exemplo dessa inclusão é a trajetória de Daniele Souza, a primeira mulher a representar o Brasil no badminton em uma Paralimpíada. Aos 31 anos, Daniele, que ficou paraplégica após ter uma infecção hospitalar ao nascer, começou a praticar o parabadminton em 2012, no Centro Olímpico de Samambaia, região administrativa do Distrito Federal. O que inicialmente era uma atividade de lazer transformou-se em uma paixão, levando-a a conquistar importantes títulos, como o ouro no simples feminino e a prata nas duplas femininas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023.
Daniele começou sua trajetória no tênis em cadeira de rodas e, após duas semanas, conheceu o badminton. “Eu não me via no esporte, mas com o tempo comecei a pegar gosto e, no final de 2012, comecei a competir contra homens e conquistei quatro medalhas. Em 2016, comecei a participar de campeonatos nacionais, e no final do mesmo ano, recebi a primeira convocação para integrar a Seleção Brasileira de Parabadminton na Colômbia”, conta a atleta.
Preparada para as Paralimpíadas de Paris, Daniele admite estar ansiosa, mas confiante em seu desempenho. “Com certeza a ansiedade está batendo, mas creio que seja normal. Esta é a minha primeira Paralimpíada, e eu sou a primeira mulher a participar de uma edição. Então, claro que dá aquele friozinho na barriga, mas estou muito feliz, bastante empolgada e espero trazer bons resultados”, destaca Daniele. Ela reflete sobre sua trajetória, onde a força de vontade e a dedicação superaram desafios que, à primeira vista, pareciam intransponíveis.
Ela também destacou a importância do apoio da família para superar desafios e se dedicar cada vez mais ao esporte. “Primeiramente, precisamos dar o primeiro passo, certo? Muitas vezes, vou falar por mim: por estar numa cadeira de rodas, minha cabeça já dizia que eu não poderia fazer algo, mesmo sem tentar. Por exemplo, quando minha mãe me inscreveu para praticar esportes, eu achava que não conseguiria. Eu não me via praticando nenhuma modalidade, porque, infelizmente, minha mente estava limitada. Hoje, vejo que não existem limites para quem realmente quer algo. Existe, sim, a adaptação, para que você possa realizar o que deseja.”