Com o objetivo de tornar o Sistema Único de Saúde (SUS) mais participativo e próximo dos movimentos sociais, o Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (12), durante reunião ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), o Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde (MapaMovSaúde) e os primeiros conteúdos da plataforma.
O Mapa permitirá que movimentos sociais, entidades populares e organizações da sociedade civil se reconheçam, contem suas histórias, compartilhem memórias, afirmem identidades, valorizem seus territórios e vocalizem demandas e necessidades de saúde.
A iniciativa, realizada em parceria com o CNS, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT), foi lançada durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde, em julho do ano passado, e agora se concretiza na internet. Até o momento, mais de 500 movimentos sociais já estão no cadastro do Mapa.
A nova plataforma utiliza o software livre MediaWiki, o mesmo da Wikipédia, permitindo que os movimentos sociais criem seus próprios cadastros. Ali, eles podem compartilhar histórias, demandas de saúde, fotos, vídeos e informações de contato, como sites e perfis em redes sociais. Através de ferramentas de georreferenciamento, será possível identificar as áreas de atuação dessas entidades e organizações.
A ministra da Saúde foi representada, no lançamento, pelo secretário-executivo Swedenberger Barbosa. Na ocasião, ele destacou a importância da participação dos movimentos sociais nos avanços das políticas públicas. “A escuta e a colaboração direta são fundamentais. Não é possível fazer as políticas públicas avançarem e garantir os direitos de cidadania à população sem a colaboração dos movimentos sociais”, ressaltou Barbosa.
Para Túlio Franco, representante do movimento Frente pela Vida e membro do Conselho de Participação Social da Presidência da República, o Mapa fortalecerá as políticas públicas de saúde. “Já há um grande esforço do governo nesse sentido. Em janeiro de 2023, o Conselho de Participação Social foi reativado, assim como o fórum de conselhos. O Conselho Nacional de Saúde, que abriga o controle social do SUS, realizou a Conferência Nacional de Saúde com sete mil participantes. O Mapa será um espaço de registro, memória e encontros, essencial para fortalecer a participação social na saúde”, destacou Franco.
Já a assessora especial de participação social e diversidade do Ministério da Saúde, Lucia Souto, reforçou que a ferramenta desempenha um papel fundamental no fortalecimento e amplificação das iniciativas dos movimentos sociais, promovendo redes colaborativas e participativas. Segundo ela, o Mapa Mov Saúde se firma como estratégia digital de articulação e visibilidade.
“O Mapa tem como objetivo dar visibilidade aos movimentos sociais em saúde espalhados por todo o Brasil, que são protagonistas na construção e na defesa do direito universal à saúde. A proposta é responder, de forma articulada, às questões sobre o território que temos e o que queremos, integrando as políticas públicas essenciais, com participação social e educação popular”, ressaltou Lucia.
O que é e como funciona o Mapa
O Mapa Mov Saúde é uma plataforma online que permite que movimentos sociais registrem e atualizem suas histórias e demandas de saúde, utilizando fotos, vídeos e informações de contato. Os movimentos se identificam no mapa do Brasil por meio de ferramentas de georreferenciamento, destacando suas lutas e iniciativas. Além disso, a ferramenta produzirá notícias e conteúdos audiovisuais baseados na produção dos próprios movimentos, promovendo autonomia e colaboração.
Como colaborar com o Mapa
Movimentos sociais que desejam cadastrar suas iniciativas e participar da construção do Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde, o espaço já está aberto.
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Imagem em destaque: Matheus Damascena/MS